A desembargadora Rejane Andersen (foto), do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, deu uma “carteirada” em um PM que tinha apreendido o carro do filho dela em uma blitz em Florianópolis por estar com multas vencidas.
"O senhor sabe quem eu sou?", gritou.
"Não", respondeu o PM.
"Não sabe? Sou desembargadora do Tribunal de Justiça".
O PM teve de lembrar à desembargadora do Tribunal de Justiça um fundamento básico do direito que está na Constituição:
"Que bom. A senhora deveria dar um exemplo melhor. [Porque] a lei é igual para todos.”
Antes, ele tinha dito: “Parece que estamos lidando com delinquentes”.
Outro policial gravou o desequilíbrio da desembargadora com um celular, e as imagens foram colocadas na internet.
A lição do PM serve também para a AMC (Associação dos Magistrados Catarinenses), que se apressou em defender Rejane.
O juiz Paulo Ricardo Bruschi, presidente da entidade, emitiu nota com a afirmação de que não houve “abuso de autoridade” por parte da desembargadora, mas sim em relação aos policiais.
Ele alegou que o vídeo não mostra “as provocações e ameaças feitas pelos policiais”, como se, nesse caso, se justificasse a “carteirada”.
A blitz ocorreu na quinta (15). Quando teve o carro parado pelos PMs, o rapaz telefonou para a mãe, que apareceu 15 minutos depois.
A desembargadora já teria chegado alterada e não se conteve quando percebeu que a sua interferência não impediria a apreensão do veículo.
As multas foram pagas na sexta, e o carro, liberado.
Em e-mail ao Diário Catarinense, a desembargadora negou o abuso de autoridade e se referiu à falta de pagamento das multas como “ausência momentânea de documentos”.
[Com informações da imprensa de Santa Catarina.]